Outra vez, foi como se o meu equilíbrio se esvaísse. Aquela mesma toada me fazia refém no último instante. Era o meu ódio pelas flores, em um recinto. Passei algumas horas admirando meu fiel desespero antagônico. Meus olhos estavam embaçados, minha angustia procurava consolar o meu medo. Oscilei e tentei em vão dispersar a ausência que me atormentara por um momento eterno. Eternidade que conduziu a um anúncio final. Decifrei sinais de uma vida inteira ao contrário, onde metade da alma quer matar e a outra metade quer morrer, onde em prantos o coração morre de inoperância e continua vivendo, onde prevalece o óbvio de estar no meio de bilhões e ser só. Observei com atenção e supliquei como um poeta citando sua prece. Eis assim, surgiu uma luz clara da qual eu não consigo me lembrar da cor. Claridade que me recordou a inocência de quem diz que o sorriso é a melhor cura e o amor de um anjo é o mais puro. O mistério envolvia a convicção de um fogo permanente, feito um limbo no olhar da serpente. Compreendi que nada entendia daquilo que se passava em minha frente. Discerni apenas a hora que o relógio marcava novamente. Aquele momento me pôs a duvidar de muitas respostas que eu pensava existir. Imaginei-me como um riacho que em mente e pele se passam tantos reflexos e olhos, que mal consigo olhar para os olhos que vejo e muito menos sentir o calor e o vento que me tocam. Outros momentos como esse se repetem e dão existência ao fato descarado de que tudo é um épico erro do engano. Não existo nesse mundo e à nenhuma teoria coexistente para a origem do universo me encaixo, vim de Éfeso.
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