Ao fim de tudo, por trás de um sorriso, a ilha não se curva e a vida... Ah, a vida tem dessas coisas.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Nostalgia
Escorço
Quero te amar menos, um amor em mim menor, desobjeto sereno que dorme no sereno do sol. Isenta luz infante, cala o canto distante. A minha existência é o quando, o quando no encanto do instante. A chuva caminha nua nas pedras da lua em um sonho dissonante. E será dia, lhe declamando poesia, que irei morrer te amando mais do que podia.
domingo, 22 de maio de 2011
Sina
O poeta in verso de tua senda, no eco de suas palavras, discorda do amor, entre tanta dor. Entretanto queria dar a lua à flor antes que, como a vida, ela morra.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Pena
Estou sempre aqui, mas não a todo momento. O tempo não traduz o infinito ais, é apenas um segundo do silente cais.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Estio, o vento anilado
O relógio remoça o tempo, conta as horas de um eterno mensurável. O coração da alma bate no ritmo dos ponteiros desencontrados. A deferida canção diz do olhar da eternidade desmaiada. Quão tolo dizer que a imensidão azul é infinita, o mar acaba logo ali, na fronteira da vida. O que me assiste, é olvido, não consiste. Daí a dádiva, sobreviver fingindo viver, ou viver jurando sobreviver. O fantasma da vida ainda perturba, vagando, implorando aos prantos que alguém grite um grito desumano, uma maneira do silêncio ser escutado.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Pragmático
Via-se na janela de madeira com cortinas de cetim. Ofegante, olhar despido, observava fugaz se erguer uma estranha folia que se entranhava errante em uma praça. A destreza das luzes penadas, belas ante o olhar da cegueira. Seu canto era o único lugar onde não era iluminado pela clara escuridão que emanava das sombras refletidas pelos confetes. Tampouco, como de costume, dormiu assim que o sol nasceu. Sonhos em sonhos, em um ímpeto de fugir ao mar, sem lembrar que um dia existiu em um lugar que nunca foi criado. Sonhos onde se jogava ao mar, um sublimado suicídio para ver se a vida dava qualquer sinal de vida. Acordava aos poucos com o barulho abafado da rua, mas continuava na vida do mar. E assim permanece até hoje, prefere morrer vivendo, do que matar a vida de morte morrida. Mas enquanto isso, o estandarte de carnaval é colorido com cores do mal. E assim como tua alma, o ser, em seu suicídio, renasce. A coincidência dos fatos, onde o fim se entrelaça com o começo. Onde o início "gera" e o fim lhe diz "já era".
domingo, 8 de maio de 2011
Cyro
Ademais, ática era a flauta que espreitava as flores do mal polidas ao chão. Em quase um segundo, eu senti a brisa que tocava a astuta e pálida pele de Sísifo. Ente, a maior flor do mundo olhava anjo adentro, duvidando, em um impasse, de sua pureza. Olhos sujos de poemas, condenava o fúnebre arcanjo da vida. Seu olhar de náusea, repelia as coisas das palavras sem ênfase. O silêncio consolava o grito, o mudo medo soletrava o sol. O amor cigano fez uma flor nascer na rua. Debochada, era uma flor, nasceu desbotada. Sem dó, furou o asfalto, ignorou o ódio, declarou o nojo e encerrou o tédio, era uma flor.
domingo, 1 de maio de 2011
Mortalmente insano
Até quando o conserto de uma voz calada? O pecado faz sentido até relutar, a alma ainda pode sonhar. Alma perdida de um mundo que recende a morte. Retiro minha mente do exílio, tento pensar, ser metade. Mas ao pensar, minto, contradito o que sinto. Uma rosa sangra com fervor, recita tua lamúria, no meio de um imane e atroz recinto.
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