segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pragmático

Via-se na janela de madeira com cortinas de cetim. Ofegante, olhar despido, observava fugaz se erguer uma estranha folia que se entranhava errante em uma praça. A destreza das luzes penadas, belas ante o olhar da cegueira. Seu canto era o único lugar onde não era iluminado pela clara escuridão que emanava das sombras refletidas pelos confetes. Tampouco, como de costume, dormiu assim que o sol nasceu. Sonhos em sonhos, em um ímpeto de fugir ao mar, sem lembrar que um dia existiu em um lugar que nunca foi criado. Sonhos onde se jogava ao mar, um sublimado suicídio para ver se a vida dava qualquer sinal de vida. Acordava aos poucos com o barulho abafado da rua, mas continuava na vida do mar. E assim permanece até hoje, prefere morrer vivendo, do que matar a vida de morte morrida. Mas enquanto isso, o estandarte de carnaval é colorido com cores do mal. E assim como tua alma, o ser, em seu suicídio, renasce. A coincidência dos fatos, onde o fim se entrelaça com o começo. Onde o início "gera" e o fim lhe diz "já era".

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