Há flores amarelas no canto da sua boca,
flores germinadas em sons que brotam livres e sem censura
no solo da mão que segura esse sopro tardio...
Vento vadio que entranha por entre esse susto
diante do espelho que refletiu a calma,
calmaria muda que mais dói que alivia...
Ah! Bruta flor da vida...
Desvela esse nó que me engasga!
Dilui esse anseio que me arrasta por esses campos nus...
Faça ressuscitar essa Lua que mora por detrás da cortina da janela minha..
Liberdade mesquinha!
Diz pro Sol descansar
no colo da cegueira daninha...
Que bobeira...
Aqui estou eu de novo,
perambulando com passos tolos
empurrando, sutilmente, a porta tênue do sonho
que acorda entediado por não ter conseguido sonhar...
Um espelho sem razão
Ao fim de tudo, por trás de um sorriso, a ilha não se curva e a vida... Ah, a vida tem dessas coisas.
sexta-feira, 8 de julho de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Transpassa, vida, o sermão que emana do sorriso esculpido na
tela encardida de vento, lento... redemoinho de ruídos dos passados universos
em órbita pagã! Sabe-se lá, por tato, tanto, e sempre, fitando a beleza de
cores e coisas belas, vulgares... Grita! Aos quatro cantos e aquele quinto que
tu se afunda! Aquele quinto de encanto, manso, úmido e... vai.. é ali que o teu
abrigo te afaga com vultos de centelha divina, de alma vadia que vaga,
portanto, por tantos planetas astrais e sobrevoa, tão somente e só, esses teus
quintais.. num sussurro..
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Fui ao fundo da vacuidade sana. Cambiante. Naveguei contra o vento, morreram as certezas. Tépido, logo já não me reconhecia. Nesse momento, nada transpassava de... Qualquer coisa. Olhei a minha alma refletida no asfalto que a lua iluminava. Olhei para o lado, o vento soprava poesia. A vida é um paraíso niilista. E o nada é tudo o quê reduz, mesmo? Tudo se desmente e inflama o decrépito sentido. Sentimento de estranheza, dúvida, anseio edípico... Pálida e ensurdecedor limbo. Inaudito! Mil porquês me consomem. Palavras são opacas, parvas, narcisistas, são "palavras" poucas para soletrar. Palavras são um murmuro de silêncio mudo. Dissabor. Era um sentimento espelhado, os olhos refletiam as profundezas incompreensíveis. Por descuido, a paz se (re)anunciou, acordei ouvindo o silêncio das estrelas. Eu (des)conhecia mais e mais. Abruptamente, o teatro faz-de-conta cessou. Eu respirava o ar do nada. Eu precisava do silêncio outra vez. Enfim, voltei a me arrepiar antes as cores das coisas sem sentido. Isso me faz bem.
domingo, 9 de outubro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
Interlúdio
Ademais, ática era a flauta que espreitava as flores do mal polidas ao chão. Em quase um segundo, eu senti a brisa que tocava a astuta e pálida pele de Sísifo. Ente, a maior flor do mundo olhava anjo adentro, duvidando, em um impasse, de sua pureza. Olhos sujos de poemas, condenava o fúnebre arcanjo da vida. Seu olhar de náusea, repelia as coisas das palavras sem ênfase. O silêncio consolava o grito, o mudo medo soletrava o sol. O amor cigano fez uma flor nascer na rua. Debochada, era uma flor, nasceu desbotada. Sem dó, furou o asfalto, ignorou o ódio, declarou o nojo e encerrou o tédio, era uma flor.
Sinestesia
Lacuna, o abismo do infinito rompe a canção alta da minha vida. É um grito mudo, eu não posso escutar. Deve ser a saudade que só não mata, pois ama torturar. É duro não pertencer ao mundo em que vive, eu me pertenço, mas não me habito. Quem dera gritar a tristeza adiada, abafada. Você está tão longe que a tua sombra ainda me atormenta. Pudera eu explicar esse amor, mas não faço questão de lhe mostrar com pudor. Quão bela é a dor, é um óbito sem autor. A verdade da mentira, dita com fervor. O nó vela, desata as cores amargas. Um mar feito de silêncio, a lua ilumina o sol, o pejo, em tua voz torta, trama o drama em prol.
Teor
Um dia a mais, estou me sentindo menos gente. Tem dias, que os meus dias demoram dias pra passar. Há quanto tempo ando com um olhar de ressaca, depois de tanto porre que levei durante esses infinitos anos. E é na embriaguez da poesia que eu escrevo como forma de amenizar a nostalgia. Escrever, escrever... e não chegar a nenhuma conclusão, eis a questão. Talvez seja pelo meu receio de traduzir palavras e, assim, materializar os sentimentos. Mergulho nas sombras de Edgar Allan Poe para salvar minh'alma. Um turbilhão de memórias me invade, rompem minha mente. Lembro de cada detalhe, mas já esqueci tudo. É tanta coisa, parece tão pouco, me basta tanto. Essa felicidade fria me consome, vivo na solitude.
Pauta
À meia luz, era um anjo inocente, era uma dor evidente. Não sei o que o silêncio quis me dizer quando ficou calado. Às vezes eu não entendo o acaso, a vida me trai. O sol trouxe a melancolia, e nquanto isso, a sombra do passado me traz uma saudade de um tempo que ainda não passou. A noite é uma lembrança do devir, é o instante, a lua faz silêncio, a solidão acalma a minha pressa, é uma promessa. A chuva cai e não cessa nem ao aliviar a minha dor. O ritmo da tempestade me lembra o teu olhar ao regar a flor. Tenaz assim é a lágrima que sorri ao ouvir essa chuva cair sem fim. A chuva é uma alma a sonhar, sem ter que durar. E se chover demais, o que resta é chorar. Como será depois, o vento irá dizer. É lento, é o caos do pensamento. Esse momento não me deixa esquecer, o vento lembra você. Eu já sei de cor todo esse deleite, é o meu enredo, é um suspense. Por isso eu quero o nada... Dizem que nada, dura para sempre.
Enfermidade vital
Um troante sorriso, o tempo à flor da pele. A eternidade de uma história recende a vida de uma memória, história que desfaz o que refez. O amor contradiz tua postura sana, sem ao menos relutar. Um encanto depravado, enxuto, palavra maldita, repetida, mal dita... nem sequer profana o meu amor por você. Talvez eu diga palavras que dizem nada, promessas são feitas no ar. Não espero que acredite em qualquer palavra minha, nem eu acredito. No silêncio das cores, do fato eu duvido. Quão belo é o amor quando aflora, consagra a dor quando vai, ao infinito, embora. Respostas na mão, enfermo olhar. Não hesito a muda canção, o que cala fala mais alto ao coração. Enquanto há versos que condizem com a razão, a tua voz não emana sentido ao replicar, quando eu lhe digo que és o meu chão, minha vida, meu ar.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
A vida tá precisando viver, o amor precisa amar. O amor não é seguro, parece um nó, é só. Num quarto escuro, ao som de Chico, Cartola, Oswaldo, ou outra poesia qualquer..., o amor despele uma lágrima, declama a alma. No suor do céu estrelado, no meio do mato, com um violão do lado, para o amor, não há coisa melhor. O bonito do amor persegue o infinito, é inacabado, estragado, dança ao som da flauta da poesia. O amor despreza o que o mundo acredita, é o poeta da vida. Hoje a cidade acendeu, eu derramei a minha saudade, mas você, por maldade, não apareceu. Eu desabei a tempestade, acordei o dia, pálida luz da estrela-guia. Você é um ser indignado, de um riso amordaçado, e coração agoniado. Mas quem é você...? Dois olhos negros.
domingo, 19 de junho de 2011
Utopia
Tempo de olhar para o chão, de viver com o relógio na mão. Tempo, onde nem o tempo tem tempo de esperar seu tempo. Um martírio, sentimos medo de sentir medo. Faço o cimento da minha poesia, sem ponto final, sem esperar a cura do mal. É um prefácio mal amado, um sentido inacabado.
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